quarta-feira, 27 de março de 2013

Magia branca

Como já partilhei convosco aqui, eu não sou uma morenaça. Sei que corro o risco de perder leitores apaixonados por peles facilmente bronzeáveis, mas a Muito Pipi tem de assumir pertante vós a sua brancura. Compreendo se quiserem abandonar este blog. Tive muito gosto em ser lida. Até um dia.
Para os não desiludidos com a alvura da minha pele, prossigamos com este post.
Embora eu seja detentora de um tom claro, a esmagadora maioria da minha família é bem morena. Não me entendam mal. Não sou uma branca frustrada. O problema não é tanto uma questão de inveja da escuridão alheia, mas sim de falta de referências maquiantes durante o crescimento.
Posto isto, falemos da minha mãe que, por desejar manter o anonimato (é difícil ter uma filha Muito Pipi), será carinhosamente tratada por Hortência. Quem a conhece tem noção de que é uma mulher pouco precupada com a beleza externa. Ainda assim, quando deseja empipalhar-se, sabe bem como destacar eficazmente os seus olhões escuros. Lápis preto na pálpebra e na linha de água (que é como quem diz rente ao olho, a partir do canal lacrimal) e magia. Hortênsia maravilha.
Vendo como um pretinho básico sempre funcionou a favor da sua progenitora, a Muito Pipi tentou durante anos reproduzir. E... não. Claramente não funcionou como desejava. Aquilo que na minha mãe proporciona um visual sofisticado e embelezador, em mim está mais para aspecto de saída nocturna elaborada. E meus queridos, nada contra a sempre amiga cor preta. Simplesmente não fazia o click de aparência suave e natural que eu tanto ansiava.
Depois de muitas tentativas de aplicação, na esperança de encontrar o meu lugar ao sol com o preto (Oi? Muito estranha esta frase) eis que um dia pensei em experimentar uma corzinha mais clara. Afinal não só de preto vive uma mulher (ai... não sei o que se passa hoje).
Branco foi a opção que fez mais sentido para mim na altura. Comprei o material e a partir daí tudo mundou. Emoção das emoções: fusão perfeita! Olhos evidenciados e aspecto suave. Alegria em forma bicuda. Amor eterno (pronto, já chega)! 
Entretanto, ao longo do tempo, e para variar do branco, foram chegando a mim lápis beges e rosa que têm contribuído em muito para me fazer feliz.
Questão: Qualquer pessoa pode atirar com branco para a linha de água do olho? Com certeza fofuras. Não são só as pessoas clarinhas que se podem envolver com este abrilhantador ocular. Morenas, mulatas e negras do mundo, força na lapisada.
Confesso que não acredito em regras rígidas no que toca ao embelezamento físico. É tudo uma questão de experiência, de técnica e sobretudo, de gosto. Até porque, na verdade, seja qual for o tom de pele, o olhinho é sempre esbranquiçado. Testar é a única forma de perceberem se as coisas funcionam em vós. Sem medo de se divertirem e de serem felizes.
Mas qual é afinal o efeito do lápis claro que tem tresloucado o mundo? A ideia é um pouco a mesma do super queridinho iluminador: abrilhantar qualquer produção e evidenciar a zona onde foi aplicado. No caso dos olhos, cria a ilusão de maior dimensão num olhão bem aberto e descansado.
Assim, usar a cor branca será o correspondente a um iluminador com brilho, mais evidente e óbvio. Já o bege e o rosa proporcionam um aspecto mais súbtil. Como se fossemos naturalmente umas iluminadas da vida (e do olho). Aliás, um lápis de cor suave, tal como sombras claras, pode mesmo ser usado para iluminar qualquer parte do rosto. Vale a dica de que um bom (vulgo suave) lápis é essencial. Lápis arranhadores não são claramente o pretendido. Acredito que ajudem mais no visual olho sanguinário de zombie assassíno. Bem, mas se for essa a intenção, podem mesmo experimentar lápis de desenho. Parece que têm potencial para dor e terror.

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